quinta-feira, 1 de setembro de 2011

TROQUEI MEU MERCEDES POR UM CARRO POPULAR

Não foi resultado de nenhuma crise econômica pessoal. Tudo começou quando meu pai ficou sem carro ao entregar seu táxi para um preposto, em decorrência de uns probleminhas de saúde, tornando-se, assim um próspero empresário do setor transporte público paulistano. Como ele não consegue dirigir meu Celta (2002), que não tem direção hidráulica, nem vidros elétricos, ficou com meu Classe "A", o que tem aquele símbolo da Mercedes Bens (ninguém imaginou que eu teria um carro cujo valor fosse superior ao de um imóvel, não é ?)!
Começando a dirigir o Celta, percebi como o mundo me trata, agora, de outro jeito: já na saída do prédio, na gaiolinha do portão, o motorista do carro que vem em direção contrária não acena mais para mim. Ao adentrar o espaço urbano, a rua, o carro que vem vindo acelera para eu não entrar na sua frente, o que aliás acontece o tempo todo, em qualquer lugar. Se o motorista normal já não dá reduz (aliás, sempre acelera) quando um Mercedes (ou qualquer carro que simbolize status e poder) sinaliza que quer mudar de faixa, quanto mais se for um carro popular!!! Aí o bacana acelera mais ainda, para não correr o risco de andar atrás de nenhum perdedor, não é?
Bom, apesar de sentir com mais intensidade a "solidariedade" dos motoristas paulistanos, sinto-me satisfeita com a troca; por não ter direção hidráulica nem vidros elétricos, o uso do Celta me permite complementar a musculação que faço no Pilates; meu Celta me leva exatamente aos lugares aonde o Mercedes me levaria, com a uma suposta redução do risco de sequestro relâmpago (espero!) e, se a chave do Celta cair no chão, sei que não vou morrer com uns 700 contos, que deve ser o preço da preciosa chave do Mercedes. Gostei da troca!!

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