sábado, 19 de novembro de 2011

QUANTO CUSTA COMPRAR E MANTER UM CARRO

O transporte público em São Paulo, os ônibus, são uma porcaria, o preço é um absurdo, os motoristas dirigem mal, os pontos de ônibus não têm informações sobre os roteiros de cada linha, muito menos há equipamentos que informem quanto tempo falta para cada linha chegar ao ponto, coisa comum em países desenvolvidos. Por isso, quem pode, compra um carro. Ou dois. Ou três. Só depende da quantidade de garagens de que dispuser cada família. Muitos dizem que usariam o transporte público, caso tivesse qualidade. Mas acho que a situação é inversa: enquanto a classe média formadora de opinião, que sabe reclamar, não for obrigada a usar os ônibus, já que não haverá metrô suficiente durante muito tempo, ainda, não haverá nenhuma melhora. Assim, com o objetivo de pelo menos ajudar a fazer as contas, cito, abaixo, os gastos que envolvem a posse de um veículo. Feitas as contas, resta a alternativa de usar os táxis, gerando emprego e renda a esses valorosos profissionais, que não deixam de ser interessantes para uma conversa animada.
Custo da posse de um veículo:
a) o preço do carro;
b) combustível, adulterado ou não;
c) manutenção mecânica;
d) seguro;
e) garagem, se morar em prédio (lembre-se que, mesmo sua, você pode alugá-la, se não usar);
f) estacionamento;
g) IPVA;
h) seguro obrigatório;
i) licenciamento;
j) taxa de inspeção veicular;
k) multas (dependem do motorista);
l) consertos em casos de batidas eventuais;
m) zona azul;
n) lavagem;
o) depreciação do veículo.

Faltou alguma coisa?

O PROFESSOR DE CONTABILIDADE

Sempre estudei em escola pública. Em 1972/3, nas 7ª e 8ª séries, a oportunidade de ter sido aluna do Professor Renaldo Gardenghi determinou muito do que eu seria a partir daquela experiência. Nessa época, por acaso na época da ditadura, havia um projeto de profissionalização dos estudantes de escolas públicas, fato que me ajudou até a conseguir emprego com mais facilidade, não só por aprender contabilidade, mas também por uma cartinha que ele nos ditou numa aula. Pensando em nos ajudar, quando fôssemos procurar um emprego, ele elaborou, naquele mesmo momento, um texto; mandou-nos pegar uma folha de sulfite e ir copiando. Lá fui eu, tentando caprichar na estética do papel, sem linhas. Ele, enquanto elaborava e ditava a carta, foi percorrendo mesa a mesa e nos observando. Ao final, veio em minha direção, sem vacilar e sem pedir licença, pegou minha carta e foi mostrando para cada aluno como ele esperava que a carta tivesse sido escrita: estética, margens, letra bonitinha, capricho. Enquanto mostrava a carta, ele a chacoalhava e eu fui ficando tensa porque o papel estava ficando amassado! Hoje, não só recordo com detalhes de tudo isso, como sei que o parágrafo final deve ter me ajudado muito. Guardado na memória, tive oportunidade de usá-lo e consegui mais de um emprego com essas palavras. "Tendo boa vontade, aliada a um grande amor ao trabalho, tenho certeza de que, se aproveitada, tornar-me-ei o mais breve possível, depositária da estima e confiança de meus superiores." Quando "fui aproveitada", esforcei-me para provar que não tinha mentido, apesar da frase não ter sido criada por mim. Mas sempre é tempo de apresentar a referência bibliográfica e render-lhe os créditos.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A LATA DE REFRIGERANTE DO DOUGLAS

Foi há mais de 10 anos. Guarujá. O Rafael levara um amigo para o fim de semana na praia: o Douglas, um gordinho bem simpático. Fomos, então, O Rafael, o Douglas, o Victor e eu, por acaso quatro filhos únicos, coisa que nem sequer vem ao caso,  andar pela orla da praia. Viciado em refrigerante, o Douglas tratou logo de comprar o seu. Aí, despretensiosamente, já que acabara de tomá-lo, o nosso amigo gordinho não hesitou: jogou a latinha vazia para o alto e para trás. O intrépido alumínio caiu no asfalto, provocando um som instigante. O Rafael, incomodadíssimo com a atitude do amigo que trouxera àquele espaço público, não se conteve: parou, colocou a mão na cintura e resmungou: "Pô, cara. Olha o que você fez NA FRENTE DELA!!!"
Ou seja, para minha total desilusão, o que estava errado era o fato de a lata ter sido jogada na rua na minha presença!!!. De qualquer forma, uns com mais, outros com menos boa vontade, providenciamos um destino adequado para a latinha.

Tenho certeza de que, hoje, nem o Rafael, nem o Douglas, homens feitos a esta altura, jamais repetiriam a cena. Mas, andando pelas ruas, frequentando pontos de ônibus, assistindo reportagens sobre enchentes, não é difícil constatar que pouca coisa mudou na atitude das pessoas quanto ao destino do lixo que cada um produz, em consequência de suas nobres existências!!! Num mundo em que há cada vez mais urgência em sermos todos responsáveis pela quantidade e destino do lixo que produzimos, dando o destino adequado, é triste constatar que ainda se joga qualquer coisa em qualquer canto.

BRASILEIRO RECLAMA DE QUÊ?

Diferentemente das outras postagens, não elaborei a lista e conclusões, abaixo. Recebi este desabafo, através de e-mail. São listadas várias "pequenas" corrupções e transgressões, que muito contribuem para a desorganização da sociedade. Algumas em consequência da má organização do Estado, outras que não causariam mal maior à sociedade,  mas que não deixam de demonstrar que há muita conivência com o não cumprimento das regras, leis e normas, que são feitas justamente para organizar a vida em sociedade. Acredito que valha a pena refletir sobre essas questões. Essa conivência, ou "jeitinho brasileiro" precisa ser reconsiderada.


"O Brasileiro é assim:

  1. Coloca nome em trabalho que não fez.
  2. Coloca nome de colega que faltou em lista de presença.
  3. Paga para alguém fazer seus trabalhos.
  4. Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas.
  5. Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas.
  6. Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração.
  7. Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, e até dentadura.
  8. Fala ao celular enquanto dirige.
  9. Usa o telefone da empresa onde trabalha para ligar para o celular dos amigos
  10. Trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento.
  11. Para em filas duplas, triplas, em frente às escolas.
  12. Viola a lei do silêncio.
  13. Dirige após consumir bebida alcoólica.
  14. Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas.
  15. Espalha churrasqueira, mesas, nas calçadas.
  16. Pega atestado médico sem estar doente, só para faltar ao trabalho.
  17. Faz "gato " de luz, de água e de tv a cabo.
  18. Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.
  19. Compra recibo para abater na declaração de renda para pagar menos imposto.
  20. Muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas.
  21. Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10, pede nota fiscal de 20.
  22. Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes.
  23. Estaciona em vagas exclusivas para deficientes.
  24. Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado.
  25. Compra produtos pirata com a plena consciência de que são pirata.
  26. Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca.
  27. Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus, sem pagar   passagem.
  28. Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.
  29. Frequenta os caça-níqueis e faz uma fezinha no jogo de bicho.
  30. Leva das empresas onde trabalha, pequenos objetos, como clipes, envelopes, canetas, lápis... como se isso não fosse roubo.
  31. Comercializa os vales-transporte e vales-refeição que recebe das empresas onde trabalha.
  32. Falsifica tudo, tudo mesmo... só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado.
  33. Quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o fiscal aduaneiro pergunta o que traz na bagagem.
  34. Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve. (Vive na base do"achado não é roubado, quem perdeu é relaxado").

E quer que os políticos sejam honestos....

Escandaliza-se com o mensalão, o dinheiro na cueca, a farra  das passagens aéreas...

Esses políticos que aí estão saíram do meio desse mesmo povo, ou não?

Brasileiro reclama de quê, afinal?

E é a mais pura verdade, isso que é o pior! Então sugiro adotarmos uma mudança de comportamento, começando por nós mesmos, onde for necessário!

Vamos dar o bom exemplo!
Espalhe essa idéia!

"Fala-se tanto da necessidade deixar um planeta melhor para os nossos filhos e esquece-se da urgência de deixarmos filhos melhores (educados, honestos, dignos, éticos, responsáveis) para o nosso planeta, através dos nossos exemplos...."


Colhemos o que plantamos! A mudança deve começar dentro de nós, nossas casas, nossos valores, nossas atitudes.
"
(autor desconhecido)