quarta-feira, 31 de agosto de 2011

NA SÃO PAULO DA VEJINHA, PARTE II

Acredito que alguns leitores possam ter ficado com algumas dúvidas na Parte I da "Vejinha" (leia primeiro!). Então, a título de utilidade pública, vou tentar esclarecer alguns pontos:

Leitor: Onde fica a "São Paulo da Vejinha"?
BDS: Trata-se de uma área geográfica de formato estranho, mas cujo "marco zero" provavelmente é na Oscar Freire. Segundo a Vejinha, tablóide que parei de ler desde que aprimorei meu espírito crítico, é onde "tudo acontece"!

Leitor: Quem mora fora do perímetro da SP da Vejinha também compra cachorro de raça?
BDS: Sim, compra, assim como tudo aquilo que represente algum tipo de status, mas, com mais frequência, joga o bicho na rua quando acha que está dando despesa demais.

Leitor: Eu nunca tinha pensado que poderia adotar um cachorro, principalmente um vira-latas (genérico) sem ser visto com estranheza por meus vizinhos. O que faço, agora que já comprei meu cão de marca?
BDS: Em primeiro lugar, não jogue seu cão de raça na rua. Eles são menos resistentes, o pelo cresce muito, eles são fracos, ficam doentes rapidamente e podem ser um problema de saúde pública. Cuide dele com dignidade, pois ele não pediu pra nascer, quando foi fabricado para ser vendido. Quando for substituí-lo, ou se quiser arrumar uma companhia para ele, procure o CCZ ou posso indicar-lhe uns 20 abrigos superlotados para você finalmente fazer um bom negócio no mercado PET.

Leitor: Posso aumentar o salário da minha empregada, independente de adotar outro cão?
BDS: Pode, aliás, já deveria tê-lo feito, pois as empregadas domésticas são um tipo de trabalho escravo, decorrente da abolição recente da escravatura no Brasil, muito mal remuneradas, apesar de consideradas indispensáveis. Pense que ela tem filhos que merecem mais do que ela tem a oferecer com o salário de fome que você lhe paga.

Leitor: Mas, ao invés de adotar um cachorro, eu não deveria adotar uma criança pobre, como disse o filósofo Eduardo Dusek?
BDS: Eu acho que, se você está com esse tipo de dúvida, deveria pensar melhor sobre o assunto, já que "criança é criança" e "cachorro é cachorro", não havendo nada comparável na sua "criação", tanto do ponto de vista material quando do ponto de vista emocional. Se você tratar cachorro como criança, ele não vai se importar, mas se tratar criança como cachorro, vai ficar complicado. Preciso explicar mais? Quando meu filho era pequeno e ouviu a música do Dusek, ele disse, em sua ingenuidade: "Mas, qual a dúvida: adote uma criança pobre e um cachorrinho para ela."

O BDS permanece à disposição para quaisquer outros esclarecimentos.

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