quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O PORTEIRO DA CASA VERDE

Há mais de 30 anos, compramos nosso primeiro apartamento, 38,3 m2, no Conjunto Residencial Casa Verde. Fui uma dureza para dar a entrada, pagar prestações, sem falar nas despesas extras que apareciam o tempo todo para comprometer nosso enxuto orçamento. Um dos custos mais altos foi do portão de ferro de uns 40 metros de extensão e construção de guarita em alvenaria. Dividido por 52 apartamentos, ficou caro. De início, não houve orçamento para colocar um portão automático. Sendo assim, nossos valorosos porteiros eram obrigados a sair da guarita e abrir o portão, sempre que chegava mais um. Até que, anos depois, conseguiu-se juntar a verba para a compra do portão automático, acionado da guarita. Lembro-me perfeitamente da primeira vez que cheguei em casa e o nosso porteiro, ao me ver, apertou o botãozinho. Quase mágica.  Entrei e fui logo comemorar com ele a não necessidade de continuar saindo da guarita. Então, ele abriu o maior sorriso, apesar da terrível ausência de alguns dentes e falou todo satisfeito: "Agora só entra quem nós querer!!" São os pequenos poderes almejados e praticados, sem distinção de classe social.

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