domingo, 23 de outubro de 2011

MEU GURGEL

Sim. Eu tive um Gurgel, carro genuinamente nacional, um "combinado" de peças de várias origens, verdadeira colcha de retalhos.  Era um jipinho, com motor de fusca 1.6, com carroceria feita de feito de fibra de vidro, um X12TR. Como o comprei para substituir meu fusca, o Bonifácio, que comprei já com 60.000 km e com o qual fiquei 10 anos, planejei ficar com o Gurgel por muito tempo. Achei um pouco estranho, pois tinha rodado uns 500 km, quando o comprei e a loja não explicou o porquê. Fiquei sem saber se tinha comprado um carro zero. Mas ele aprontaria bastante. Bebia gasolina vorazmente. A estabilidade era mínima, considerando os enormes pneus. A "primeira" que ele me aprontou foi complicada: quando fui sair de uma faixa exclusiva de ônibus, delimitada por "tartarugas", na qual eu tinha entrado sem me dar conta. Tentando sair desse espaço imediatamente, foi só passar por cima desses obstáculos e o carro perdeu todos os controles, travou tudo, não consegui brecar e fui girando na avenida em direção a algumas pessoas paradas, esperando no ponto de ônibus. Só não atingi ninguém, porque bati, antes, numa kombi velha que vinha pela pista à minha direita e "segurou" meu carro, ficando toda amassada. Bom prejuízo, mas felizmente nenhuma vítima. A "segunda" foi quanto eu ia buscar o Victor na escolinha e parou todo o trânsito na direção que eu seguia. Como não queria me atrasar na saída da escola, dei meia-volta na rua e fiquei de cara com um caminhão na contra-mão; como o motorista não fazia menção de sair do local, saí do carro para pedir-lhe que me desse caminho e, ao voltar para o ilustre Gurgel, apressada e nervosa, ao brecar, na descida, pisei na embreagem (os pedais eram estranhos, e era necessário dirigir meio "torta" para acertá-los). Bati no caminhão, que ainda não se mexera,  o capô do Gurgel levantou, mas não amassou. Paguei o estrago do caminhão. Tempos depois, o capô abriu novamente, só que no meio da rodovia Pres.Dutra, sem prévio aviso, tirando-me toda a visão. Tive de dirigir de cabeça para fora, até alcançar o acostamento. Salvei-me, novamente.  Por fim, saindo do trabalho, fui engatar uma marcha e fiquei com o câmbio na mão. Soltou-se. Quebrou. Não quis me arriscar mais.  Vendi o carro!! Encheu. Nunca mais comprei carro feito de partes aleatórias! Deve ter sido praga do Fusca. É só ler a postagem do Bonifácio para entender.

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