sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A LATA DE REFRIGERANTE DO DOUGLAS

Foi há mais de 10 anos. Guarujá. O Rafael levara um amigo para o fim de semana na praia: o Douglas, um gordinho bem simpático. Fomos, então, O Rafael, o Douglas, o Victor e eu, por acaso quatro filhos únicos, coisa que nem sequer vem ao caso,  andar pela orla da praia. Viciado em refrigerante, o Douglas tratou logo de comprar o seu. Aí, despretensiosamente, já que acabara de tomá-lo, o nosso amigo gordinho não hesitou: jogou a latinha vazia para o alto e para trás. O intrépido alumínio caiu no asfalto, provocando um som instigante. O Rafael, incomodadíssimo com a atitude do amigo que trouxera àquele espaço público, não se conteve: parou, colocou a mão na cintura e resmungou: "Pô, cara. Olha o que você fez NA FRENTE DELA!!!"
Ou seja, para minha total desilusão, o que estava errado era o fato de a lata ter sido jogada na rua na minha presença!!!. De qualquer forma, uns com mais, outros com menos boa vontade, providenciamos um destino adequado para a latinha.

Tenho certeza de que, hoje, nem o Rafael, nem o Douglas, homens feitos a esta altura, jamais repetiriam a cena. Mas, andando pelas ruas, frequentando pontos de ônibus, assistindo reportagens sobre enchentes, não é difícil constatar que pouca coisa mudou na atitude das pessoas quanto ao destino do lixo que cada um produz, em consequência de suas nobres existências!!! Num mundo em que há cada vez mais urgência em sermos todos responsáveis pela quantidade e destino do lixo que produzimos, dando o destino adequado, é triste constatar que ainda se joga qualquer coisa em qualquer canto.

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