quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

AMO QUEIJO!!!

Vegano é um cara chato! Parece ser uma verdade. É chato mesmo, porque mexe com a consciência, o que não é definitivamente nada confortável. Se alguém disser que não come produtos de origem animal por alergia ou intolerância, ninguém vê nenhum problema. Mas se é por compaixão, aí muda tudo e a rejeição e a raiva são imediatas. Melhor desqualificar ou ignorar o mensageiro do que refletir sobre a mensagem. Certo? Só que veganismo não se resume nem se limita, de forma alguma, a uma opção gastronômica. Talvez seja esse o maior empecilho ao seu entendimento. Veganos não têm valores diferentes dos não veganos. Todos nos incomodamos com a dor e exploração desnecessárias de quem não se pode defender. Tendemos a ser compassivos e a agir quando sabemos que estamos a ser responsáveis pela tortura, exploração e mortes (desnecessárias) de criaturas dóceis e indefesas! Quem opta por não ser mais responsável pela tortura e morte de seres inocentes, não o faz porque deixou de gostar de queijo, leite, carne, ovos, peixe. Optou, sim, por não mais pagar por esses produtos que causam tanta dor e sofrimento aos animais, que devastam o planeta, que acaba com os peixes nos oceanos, que destrói florestas, que desperdiça água, terra e energia cada vez mais escassas, que infesta o planeta de embalagens, que gasta energia para sua conservação até o consumo, que gera empregos tenebrosos na indústria de produtos de origem animal, seja para os trabalhadadores que matam os animais, desmontando seus corpos ou criando-os em espaços onde sequer é possível entrar, dado o mal cheiro, como na indústria de aves. Imagine-se a triturar milhões de pintinhos nascidos machos na indústria de ovos. Ou a matar porcos e vacas durante todo o dia! Não é a toa que são os últimos empregos que as pessoas se sujeitam a aceitar, fazendo-o somente se não houver outra alternativa. O paladar acostumado a meia dúzia de alimentos não se compara em nada a todas essas consequências. Vale lembrar que as proteínas vêm todas dos vegetais que os animais comem. Só falta a B12, oriunda de uma bactéria, facilmente reposta. Uma combinação de cores no prato impossibilita qualquer deficiência nutricional desde que sejam ingeridas as calorias necessárias. O médico ou nutricionista que diz o contrário, hoje, deveria devolver seu diploma. Estuprar uma vaca e roubar-lhe o bezerro, matando-o para ficarmos com seu leite, afinal “amamos queijo”, não é a forma mais decente de obter cálcio. Quem escolhe o veganismo por entender que é a melhor escolha que podemos fazer em nossas vidas, não vai querer mais voltar a contribuir com tanto horror, com tanta injustiça, que obviamente não se restringe à comida, mas ao vestuário, aos produtos testados em animais, à comercialização de cães e gatos, à escravização de cavalos, aos circos que exploram seres vivos, à existência de gaiolas de qualquer tipo. É uma questão ética, sem qualquer sacrifício pessoal! Pelo contrário, ganha-se saúde, como um bônus pela compaixão. Além da consciência leve, que definitivamente não tem preço. Não é seita, não há taxas a pagar, não há carteirinha de vegano, e as opções gastronômicas estão cada vez mais abundantes e deliciosas em 2020. O que se chama, inapropriadamente, por puro desconhecimento, de “restrição alimentar” é, na verdade, a abertura de portas para paladares sofisticados, criativos, inovadores, cada vez mais deliciosos! Banquetes veganos, feitos com muito amor, além de saudáveis, são de comer com os olhos. Por que alguém voltaria a comer cadáveres e secreções depois de conhecer esse universo de possibilidades degustativas? Ao contrário do que se pensa e que é o motivo principal para as pessoas se assustarem e rejeitarem o veganismo, ou mesmo por odiarem veganos, deixar de comer animais é verdadeiramente a parte mais saborosa e gratificante dessa decisão. A parte complicada é mesmo não entender como é possível que as pessoas continuem nessa apatia moral de não querer saber como 60 bilhões de animais vivem e morrem, todos os anos, neste planeta, sem qualquer justificativa ou necessidade. Essa covardia tem consequências graves para tudo o que nos cerca, tanto no aspecto moral, quanto na sobrevivência da nossa própria espécie, ou mesmo de todas as outras espécies (as não escolhidas para serem exploradas e mortas) em franco processo de extinção. A mídia tradicional esconde e ignora, já que é patrocinada pelos responsáveis por esse holocausto contra seres sencientes. A mídia alternativa, os formadores de opinião, também desconhece e ignora essa barbárie e talvez seja a parte mais difícil de ser vegano. Entender o significativo e bárbaro silêncio de uma intelectualidade reconhecida e seguida por outros formadores de opinião. Falo de canais do youtube em que filósofos, historiadores, sociólogos, jornalistas que, realmente parecem ser pessoas inteligentes e éticas (pelo menos é assim que querem ser reconhecidos), desprezarem solenemente a existência de um movimento que é o único que realmente nos levará à paz e justiça no planeta. A reflexão é urgente, a mudança extremamente necessária! Temos mesmo muito pouco tempo para nos redimir desse crime em massa. Se chegou até aqui na sua leitura, pergunto: por que você não é vegano?

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