domingo, 18 de dezembro de 2011

A HISTÓRIA DA CARLOTA

 A Carlota chegou às nossas vidas em setembro de 2008. Foi uma sequência de acasos com um final inesperado e vitorioso, graças à obstinação dessa criaturinha.

Ao ir para o trabalho, eu pegava o metrô na estação Sumaré, onde eu via vários gatinhos que ficavam perambulando por ali. Uma noite, enquanto aguardava que meu pai chegasse para me dar uma carona de volta para casa, notei uma gatinha que mancava, junto aos outros. Fiquei com pena e resolvi resgatá-la para dar à minha sogra, já que a Charlote morrera pouco tempo antes. No resgate da Carolina, a manquinha, fiquei sabendo que quem cuidava de mais de 20 gatos por ali era a Dona Masako, um doce de criatura que se entrega à missão de salvar o maior número de vidas que ela consegue, naquela região.

Foi contando a história da Carolina para o Rafael. que ele perguntou se tinha mais gatinhos como ela por lá, que ele pretendia adotar para fazer companhia às suas outras duas gatas. Pedi, então, à Dona Masako, que escolhesse um gatinho que precisasse mais desesperadamente de sair das ruas. Imediatamente, Dona Masako lembrou-se da Carlota, que nem nome tinha, uma gatinha que fora castrada, perdendo os filhotes que esperava e foi devolvida às ruas, por não ter nenhum adotante que a quisesse. Nas ruas, seu "endereço" era embaixo de um viaduto, em Pinheiros, próximo à Av.Sumaré, de onde a Carlota não se afastava, esperando pelo seu destino.

Quando meu pai chegou com a Carlota na minha casa, que seria seu lar provisório, a primeira providência dessa hóspede foi fazer xixi na minha cozinha inteira, tão desesperada ela ficou com o lugar estranho onde chegara. E, antes de doá-la ao Rafael, decidi levá-la ao veterinário e fazer exames de possíveis doenças transmissíveis às outras gatas dele. E qual não foi nossa tristeza ao saber que ela era portadora de FELV! Quando os gatos têm esse vírus, que não contamina o ser humano, eles têm de ser "filhos únicos". Aí não tive escolha senão destiná-la à minha mãe, único lugar para onde eu poderia levá-la, já que não poderia ficar junto das minhas gatas.

Mesmo a contragosto, minha mãe teve de aceitá-la. Mas, duas semanas após sua chegada, minha mãe ligou-me dizendo que a Carlota estava comendo a areia da bandeja e estava muito fraca. Liguei para nossa veterinária, a Dra.Helena, que nos orientou a levá-la ao Pronto Socorro, pois ela certamente estava com uma anemia severa. Foi o que fizemos e descobrimos que ela tinha uma doença transmitida pela pulga, que a estava matando rapidamente. No Pronto Socorro, a veterinária que cuidou da Carlota achou, inicialmente, que ela não sobreviveria, dada a rapidez com que a Carlota foi enfraquecendo. Numa de nossas visitas, ela explicou que estava impressionada com o estado de fraqueza em que ela chegou, ao mesmo tempo em que via os sinais de que a Carlota lutava desesperadamente para sobreviver, o que era constatado pelo seu exame de sangue. E tanto lutou, que sobreviveu. Seu caso ficou famoso no Hospital veterinário.

Mais tarde, minha mãe contou que fizera uma promessa para São Francisco de Assis que, se a Carlota sobrevivesse, ficaria com ela, idéia que ela rejeitava até aquele momento. Quando voltou para casa, ainda teve de tomar um remédio durante um mês, coisa que meus pais faziam muito sem jeito, mas que conseguiram dar conta.

Tempos depois, foi muito bom chegar à casa deles e ver os três juntos assistindo TV. A Carlota não ficou mais doente e pode ser até que tenha derrotado o vírus da FELV, de tão forte que está agora. Ainda não repetimos o exame porque ela detesta sair de lá. É só ver a gaiolinha que entra em pânico. Também, né, depois de finalmente conseguir um lar carinhoso, não é nada bom se arriscar a perdê-lo!! Essa deu um duro danado para conseguir esse cantinho para viver!

Um comentário:

  1. Oi Sonia, dona da Sophia!!! Eu sou a Renata, amiga do Leandro que conversou com você no almoço de hoje!!!
    Eu que sou a gateira, madrinha de afigatos do AUG e apaixonada pela ONG!! Que legal te conhecer!!
    Meu e-mail: grecconaweb@hotmail.com
    Vamos nos falar mais!!
    beijokas
    Renata

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