sábado, 2 de junho de 2012

UMA MENTIRA COM GRAVES CONSEQUÊNCIAS

Informações erradas podem levar a políticas erradas. E, neste caso, com gravíssimas consequências. Cansei de escutar no noticiário da TV que os custos trabalhistas são altíssimos no Brasil, beirando os 100% do valor do salário pago. Baseando-se nessa cifra, empregadores deixam de registrar seus empregados. Mas, depois de passar mais de 20 anos de minha vida profissional analisando folhas de pagamento, posso garantir que esse percentual é muito inferior e, o que muitos declaram como "custo trabalhista" são direitos que acho meio estranho tirar dos trabalhadores nesta fase de desenvolvimento da sociedade. Somando-se a contribuição patronal para a previdência ao fundo de garantia por tempo de serviço, o percentual é de, no máximo, 37% sobre o salário pago ao empregado. O restante dos custos corresponde às férias (com um terço de remuneração adicional) e décimo terceiro salário. Se alguém quiser chamar isso de custo trabalhista, corresponde a mais 20% do salário. Vale dizer que as empresas consideradas pequenas não pagam a contribuição patronal à previdência, o que reduz os tais encargos apenas às férias e ao décimo terceiro. Lógico que algumas empresas podem oferecer muitas outras vantagens ao empregado, em substituição ao pagamento de um salário mais alto. No entanto, não é o que acontece com a maioria dos empregadores, que estão sujeitos a um custo adicional de, no máximo, 40% da folha de pagamento. Mas, como essa informação dos tais 100% é repetida na mídia à exaustão, continuamos com índices alarmantes de mão-de-obra não regularizada nos termos da lei e um exército de cidadãos sem os direitos mínimos nas relações de trabalho. Ou seja, cidadãos de segunda classe. Até quando a mentira vai perdurar????

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